Tendências em Trade Finance: Por que investidores institucionais estão de olho nas cadeias de suprimentos globais

“Entenda por que o Trade Finance está ganhando destaque entre investidores institucionais em 2025 e como o crédito comercial global pode diversificar sua carteira.”

10/4/20253 min ler

O que é Trade Finance e por que voltou ao radar dos investidores

O termo Trade Finance — ou financiamento de comércio internacional — refere-se ao conjunto de instrumentos e produtos financeiros usados para facilitar transações entre exportadores e importadores.
Em um cenário global incerto, com juros altos, tensões comerciais e cadeias de suprimentos voláteis, o tema voltou a atrair atenção de investidores institucionais e grandes bancos.

De acordo com um relatório recente da HSBC Asset Management (2025), o investimento em Trade Finance tem sido considerado uma forma segura e rentável de diversificação, especialmente em tempos de instabilidade nos mercados de ações e títulos públicos.

💼 Por que o Trade Finance é atraente em 2025

Existem três razões principais pelas quais esse tipo de investimento voltou ao foco dos gestores de grandes carteiras:

  1. Rendimento estável e baixo risco de default
    O Trade Finance está diretamente ligado a operações comerciais reais — como exportações de commodities, produtos industriais e bens de consumo.
    Historicamente, a inadimplência nesses contratos é inferior a 1%, tornando-os muito mais seguros que créditos corporativos comuns.

  2. Correlação baixa com outros ativos
    Em um ambiente de volatilidade nas bolsas e incerteza sobre juros, o Trade Finance se destaca por não seguir o mesmo padrão de oscilação que ações ou títulos públicos, o que ajuda a equilibrar carteiras institucionais.

  3. Demanda crescente por financiamento comercial
    A Organização Mundial do Comércio (OMC) estima que o gap de financiamento de comércio global ultrapasse US$ 2 trilhões.
    Esse déficit cria oportunidades para investidores privados que podem suprir parte dessa lacuna com retorno ajustado ao risco bastante competitivo.

🌐 A nova fronteira: digitalização e ESG no Trade Finance

Nos últimos anos, duas tendências têm transformado profundamente o setor:

1. Digitalização de contratos e dados de crédito

Plataformas baseadas em blockchain e IA estão automatizando processos de análise de crédito e rastreamento de operações comerciais.
Empresas como Contour, we.trade e Komgo lideram essa revolução, permitindo transações mais rápidas, seguras e transparentes.

2. Critérios ESG e sustentabilidade

Investidores estão cada vez mais atentos a fatores ambientais, sociais e de governança (ESG).
O Trade Finance sustentável — que financia exportações de energia limpa, produtos agrícolas de baixo impacto ou cadeias éticas — vem crescendo em volume e prestígio no mercado global.

💰 Como investidores institucionais estão se posicionando

Bancos como HSBC, Deutsche Bank, Standard Chartered e Santander têm criado fundos dedicados exclusivamente ao Trade Finance.
Esses veículos oferecem a investidores institucionais exposição a carteiras diversificadas de créditos comerciais, com prazo curto (30 a 180 dias) e rendimento líquido entre 5% e 8% ao ano, dependendo do perfil de risco.

Além disso, gestoras independentes também estão entrando no jogo — com destaque para fundos especializados em mercados emergentes, onde a necessidade de financiamento comercial é ainda mais significativa.

🧭 Oportunidades e desafios para o futuro

O Trade Finance deve continuar crescendo em relevância nos próximos anos, principalmente por três motivos:

  • A globalização das cadeias de suprimentos está mudando, mas não desaparecendo;

  • Empresas precisam de liquidez em ambientes de crédito mais caros;

  • Investidores buscam ativos reais e previsíveis.

Contudo, desafios permanecem: a falta de padronização regulatória, a necessidade de maior transparência e o risco geopolítico ainda limitam o crescimento pleno do setor.

✅ Conclusão: um ativo estratégico em tempos incertos

O Trade Finance se consolida como um investimento híbrido — que combina a segurança de um crédito lastreado em operações reais com retornos superiores a aplicações tradicionais de renda fixa.

Para investidores institucionais, ele representa uma ponte entre o mercado financeiro e a economia real, com potencial de crescimento expressivo à medida que o comércio global se adapta às novas realidades econômicas.